PET 2 - Texto Complementar 4: INDIVIDUO
E COMUNIDADE
O poder
em Michel Foucault:
Partimos do pressuposto que a reflexão filosófica nasce da realidade histórica
e cultural, da situação concreta em que vivemos para a busca da transformação
da mesma, assumindo uma postura crítica através da qual as intervenções
necessárias acontecerão pautadas na dialética reflexão-ação.
Baseando suas investigações neste pensamento, Foucault delimitou três
grandes épocas da história da humanidade: o Renascimento (século 16), a Era
Clássica (séculos 17 e 18) e a Era Moderna (séculos 19 e 20). Ele desvenda a
constituição dos saberes nestas diferentes épocas, indicando não uma
continuidade linear nas descobertas, mas uma ruptura, de uma época para outra.
Estes cortes marcam a constituição de novas ciências, com novos objetos e novas
formas de investigação, distintos dos saberes das épocas anteriores.
Foucault analisa as instituições que retiram os indivíduos do espaço
familiar ou social mais amplo e os internam, durante um determinado período,
para moldar suas condutas, formatar seus pensamentos e disciplinar seus
comportamentos.
O
Hospital
O autor sustenta a tese de que a constituição da psiquiatria como
ciência, se deve antes ao acúmulo de saber adquirido através das práticas
institucionais, do que a uma "evolução" do saber médico sobre a
loucura. Assim, no Renascimento, aqueles que vivem a experiência trágica da loucura
são lançados à deriva nas "naus dos insensatos".
Na Idade Clássica, sob as luzes da razão, a loucura é vista como
ausência de razão e os loucos, juntamente com os desarrazoados, vítimas da
grande internação, são levados aos hospitais gerais. Nos hospitais, os loucos
eram observados e era anotado o seu comportamento. Com o advento da
Modernidade, são criados os asilos ou hospitais psiquiátricos e os loucos são,
então, tratados como doentes mentais.
A forma como o louco era percebido e, posteriormente, dito, fazia parte
de toda uma relação saber-poder. Para tanto seria realizada uma anotação do
indivíduo e transferência da informação de baixo para cima, de modo que, no
cume da pirâmide disciplinar, nenhum detalhe, acontecimento ou elemento
disciplinar escape a esse saber (...) a disciplina é o conjunto de técnicas
pelas quais os sistemas de poder vão ter por alvo e resultado os indivíduos em
sua singularidade... o exame é a vigilância permanente, classificatória, que
permite distribuir os indivíduos, julgá-los, medi-los, localizá-los e, por
conseguinte utilizá-los ao máximo. Através do exame, a individualidade torna-se
um elemento pertinente para o exercício do poder (FOUCAULT, 1989, p. 106)
As instituições extraem o saber sobre os indivíduos baseados em
observações dos seus comportamentos. Era criado um verdadeiro dossiê do
paciente, do preso e do aluno. Com a união do visto e do dito obtinha-se,
então, o que era sabido sobre os indivíduos.
A
Prisão
Segundo Foucault, a antiga arquitetura da prisão denota uma nova tecnologia
do poder que dá lugar ao poder disciplinar, na modernidade. Este poder passou a
imperar nas prisões, hospitais, fábricas, conventos e escolas, aperfeiçoando
gradativamente seu alcance, estendendo-se até os indivíduos. Ao contrário da
escuridão das masmorras ou da punição exemplar transformada em espetáculo (o
suplício), o poder disciplinar projeta luz sobre cada condenado, baseando-se na
visibilidade, na localização precisa dos corpos no espaço e na regulação do
tempo, que possibilita o controle, o registro e o acúmulo de saber sobre os
indivíduos vigiados, tornados dóceis e úteis à sociedade. Segundo Foucault, o
aparelho disciplinar perfeito capacitaria um único olhar tudo ver
permanentemente. Um ponto central seria ao mesmo tempo fonte de luz que
iluminasse todas as coisas, e o lugar de convergência para tudo o que deve ser
sabido: o olho perfeito a que nada escapa e centro em direção ao qual todos
olhares convergem (1997, p. 146)
Surgem assim novos saberes como a criminologia, a medicina hospitalar, a
pedagogia. A rede dos saberes/poderes estende-se a toda sociedade moderna. Os
dispositivos do poder disciplinar que compreendem saberes, poderes e
instituições recobrem todos os domínios da vida humana. Instaura-se assim uma
nova tecnologia do poder que se torna cada vez mais complexa e abrangente.
A
Escola
A escola não se diferencia das demais, percebe-se que a rigidez e o bom
uso do corpo são lemas que fazem da disciplina um meio de obtenção do aumento
da eficácia produtiva. Para o autor,
o momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do
corpo humano que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem
tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo
mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente.
(FOUCAULT, 1997, p. 119)
As ordens verbais presentes na escola, revelam o controle dos
comportamentos, onde as crianças deveriam agir uniformemente segundo uma
sinalização que lhes era ordenada. A forma de assentar nos bancos e usar as
lousas automaticamente são também um referencial do uso explícito dos poderes.
A disciplina seria um instrumento de dominação e controle, destinado ao
controle dos comportamentos. A análise do que era dito e feito pelas crianças
na escola revela um emaranhado de discursos que falam delas ou a elas se
dirigem. Para Foucault, isso não passou de contrapartida e, talvez da condição
para funcionarem outros discursos, múltiplos, entrecruzados, sutilmente
hierarquizados e todos estreitamente articulados em torno de um feixe de
relações de poder (2005, p. 32)
Conclusões
O ponto fundamental de toda esta análise é que saber e poder se implicam
mutuamente: não há poder sem que se tenha estabelecido um saber, como também, o
saber constitui relações de poder. Assim, onde há saber, há poder.
É importante acrescentar: onde há poder, há resistência. Se por um lado,
novos saberes e novas tecnologias ampliam e aprofundam os poderes na sociedade
disciplinar em que vivemos, por outro, sujeitos cada vez mais conscientes lutam
contra as forças que tentam reduzi-los a objetos, contra toda heteronomia,
contra as múltiplas formas de dominação.
Estamos todos envolvidos nessas lutas quando participamos da vida
cotidiana, em nossa prática, no trabalho, nas instituições, precisamos buscar a
construção de uma nova sociedade onde saberes e poderes estejam a serviço do
"cuidado de si", do "cuidado dos outros" e do "cuidado
da vida".
Referências
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal,
1989.
___. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 29. ed. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, 1997.
___. História da sexualidade I: A vontade de saber. 16. ed. Rio de
janeiro: Graal, 2005.
ATENÇÃO
ALUNOS:
·
Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da
página 125 à 127.
·
Na página 127 vocês encontraram as atividades para
serem feitas.
·
São DUAS questões que devem ser feitas em seu
caderno.
·
No texto complementar se encontra uma pesquisa
sobre Michel Foucault. Esse texto os ajudará a fazer as atividades da quarta
semana da segunda pet.
PET 2 - Texto Complementar 3: FELICIDADE
FELICIDADE:
As gerações estão convivendo com uma mudança brutal de paradigmas, o mundo tem olhado para a vida de uma outra forma, a loucura do capitalismo e da globalização tem se alastrado sem que ninguém consiga mudar seu curso e tudo fica sem sentido e as novas gerações têm estado presas entre as antigas definições de sucesso e a própria compreensão de vida boa, vida com propósito, que é a vida que vale a pena ser vivida.
Como encontrar sentido? Essa pergunta vem tentando ser respondida há muito tempo. Encontramos questionamentos sobre o que é a vida boa desde os epicuristas, mas talvez muito antes. E esse conceito, como agora entre nós, é variável entre as épocas porque, é claro, o que era uma vida que valia a pena ser vivida no ano 340 a.C. não corresponde ao que é considerado uma vida de valor hoje.
A filosofia, a psicologia e a neurociência vêm destinando mais e mais pesquisas sobre o tema e isto se dá pela simples razão de que nunca fomos tão infelizes. Os números assustam, os índices de suicídio, os números de depressivos, dependentes químicos de álcool ou drogas lícitas ou aquelas prescritas pelo médico que nos mantem dopados e suportando nosso ônus.
A pergunta é: que ônus é esse? O ônus da vida, de viver, relacionar-se, e mais, de corresponder a expectativas, de representar o papel que esperam de nós, de conquistar o que os outros acham importante e isso dia após dia.
A filosofia nos faz diariamente a mesma pergunta: somos realmente livres?
Para começar eu proponho a seguinte reflexão: O que é uma pessoa bem sucedida para mim? E depois, paro e penso o que é ter uma vida de valor… aquela vida que vale a pena ser vivida, a vida que eu gostaria de ter, que acordaria todo dia ansiosa por meu dia? E as definições não combinam…
Porque quando olhamos para as pessoas que entendemos bem sucedidas, algumas vezes não queremos a vida dela para nós, ou não queremos fazer o que ela faz para ter o que tem. E isso acontece porque simplesmente cada um tem uma forma própria de ser feliz em seu dia a dia e, ter aquele ou este carro, casa de praia ou dinheiro aplicado, trabalhar 10 horas dia sem direito a finais de semana com filhos, deveria ser uma escolha pessoal.
Por isso é tão difícil escolher diferente, talvez ser bem sucedido com uma vida mais simples, com menos horas trabalhadas mas com mais qualidade nos relacionamentos, com mais saúde, talvez?
Ao estudar filosofia, sociologia e psicanálise ficamos muito interessados no tema “sucesso”. O que é o sucesso para cada um de nós. Pensávamos que o sucesso era individual e que cada um entendia uma vida bem sucedida de uma forma, mas não. Não é isso que temos visto e descoberto em analise de milhares de pesquisas. Nós somos levados a achar esta ou aquela vida bem sucedida induzidos pelo pensamento dos outros, primeiro nossos pais, depois amigos, marketing, cultura em geral.
E aí que chegamos onde queremos chegar, em uma das fontes de infelicidade desta geração, a comparação, a competição e a falta de autoconhecimento. Mas, voltando à história do pensamento, lembraremos que a preocupação com o sucesso, com ter uma vida que vale a pena ser vivida, não é nova.
Desde as doutrinas antigas, dos epicuristas, estóicos e depois em Aristóteles, no judaísmo, budismo, taoísmo, sempre essa ideia de expectativa de sucesso na vida foi avaliada. Uma vida bem sucedida, de valor, para os estóicos, por exemplo, era a de quem estava afinado com o cosmos, em concordância com a natureza; com a cultura republicana, aristocrática, o trabalho entrou como componente de qualidade de vida e a vida boa era a vida de trabalho árduo, de esforço, de conquistas através de um trabalho penoso.
Nada é conquistado sem dor, sem esforço, sem pena. Então, foi alçado a valor número 1 a liberdade e daí se tirava a seguinte conclusão: você tem a liberdade de ser quem é, bem sucedido ou não, e isso depende de seu esforço, de seu mérito e para tanto, você tem que sacrificar o que for para chegar lá.
Com a ética moderna, já no século XVIII, duas doutrinas laicas surgem. O republicanismo ético de Kant que traz o homem para o centro do pensamento e o arma de um dever, o dever ético de agir com boa vontade, o homem passa a ser o fim em si mesmo e, nenhum ato pode ter outra finalidade senão agir de acordo com a lei moral. Aqui, a liberdade é o bem número 1. Mas é uma liberdade estranha porque já vem com um certo e errado, com uma escolha boa e outra ruim, o certo é o legitimo e desinteressado, em nome da boa vontade. Essa era uma vida de valor para Kant.
A segunda ética laica é a do utilitarismo de Bentham e Mill que, em sentido oposto, pregava a doutrina do bem estar. Tudo é permitido para aumentar o prazer e diminuir a dor. Outro extremos de pensamento.
Evoluímos para o hedonismo e para as imposições de felicidade toda hora, uma absoluta utopia. E disso surgem as autoajudas misturadas com pensamentos meritocratas e com a obrigatoriedade de estar feliz o tempo todo sob o entendimento que isso é possível ao seguir aquelas 10 lições.
Filósofos modernos como Ferry e Baumann questionam autores modernos que prometem a felicidade em tantos passos e ponderam, Ferry pela frustração que isso pode causar ao despertar equivocadamente o pensamento de que podemos ter o que queremos e que tem um lugar chamado felicidade que não alcança quem não quer e, por Baumann, sobre o individualismo “do que o fazer só o que eu quero porque quero estar sempre feliz e que se dane o outro” pode causar nos relacionamentos.
Ambos estão certos em suas preocupações e temos que, ao menos, ouvi-los com autocrítica.
Esperar que em um determinado momento da vida seremos felizes é realmente muito perigoso, até porque não sabemos exatamente quando vai ser apitado o final do jogo. Parece que é bastante razoável então, que pensemos numa vida em que todos os dias sejam bons, talvez não plenamente felizes ou perfeitos, mas bons, de valor, dias que valeram a pena viver. E parece razoável então dizer que para que isso aconteça, temos que atender às nossas próprias expectativas do que sejam dias de valor.
Teria que ser uma escolha individual. Teria que ser.
Porque o sucesso não é ser rico, nem famoso, ou ser o número 1 em sua área de atividade, ou ter o corpo perfeito e a família ideal, ou talvez seja tudo isso para uns e não para outros. Talvez para alguns é ter tempo para viajar, meditar, cozinhar para a família naqueles almoços que se emendam com os jantares e tudo isso com menos dinheiro, não pobres mas também não ricos.
Quando olho pra mim mesmO, longe de todos, percebo que o sucesso é quando me sinto bem ao final do dia, quando olho pra mim, para quem sou e para o que fiz naquele dia e me sinto feliz, orgulhosa de mim e do que pude proporcionar em utilidade para outras pessoas e para mim mesma. Felicidade para mim é sentir que sirvo para algo, que não vim aqui a passeio, que altero para melhor todos os lugares por onde passo, com meu bom humor, com meu trabalho honesto e que eu mesma escolhi fazer, sinto-me bem com minha postura e aceito minhas limitações. Nem todos os dias as coisas dão certo mas todos os dias eu tenho a certeza que aquele dia dependeu só de mim e que, se eu tiver nova oportunidade no dia seguinte, farei o meu melhor.
Os cientistas dizem que a avaliação perfeita é aquela feita sobre o eu de hoje, sobre o dia que você acaba de concluir e não sobre uma meta futura porque as metas mudam e porque basta o sentimento de que estamos nos dirigindo para onde queremos chegar para nos sentirmos bem sucedidos.
E, para fechar o texto, um resumo das dicas dos epicuristas, os quatro remédios filosóficos para a alma:
1. Os deuses não se ocupam de nós, nada temos a temer deles;
2. A morte não é nada para nós, porque, quando ela está presente, nós já não estamos, e, quando estamos, ela não está;
3. Existem três tipos de desejos: os desejos naturais e necessários, a fome e a sede, por exemplo; os desejos naturais mas não necessários, como o sexo; os desejos não naturais e não necessários, como o prestígio, as futilidades, em suma, tudo o que está mais relacionado ao ter do que ao ser, mais com o consumo do que com a sabedoria;
4. Por fim, os sofrimentos são geralmente breves, quase sempre evitáveis, e tudo depende da maneiro como os encaramos: podem ser especialmente amenizados pela lembrança dos tempos felizes.
CONSUMISMO E FELICIDADE
Todos sabemos que, de fato, o consumo, de certa forma, traz felicidade, pois [,] a final [afinal] de contas, quem não gosta de conseguir comprar algo que há tempos almeja? Contudo, é de suma importância observar que a sociedade atual está perdidamente desorientada em relação ao consumo inapropriado, está evidente que os consumidores obtêm uma satisfação quando compram algo, que [,] por vez, é totalmente desnecessário no momento, e isso é uma felicidade totalmente passageira.
Podemos mencionar, por exemplo, um dos fatores responsáveis por essa problemática, que é a tão dita imprensa, que é a mais culpada e responsável por conduzir a maioria das partes da grande massa populacional ao consumismo. Fazendo com que as pessoas se tornem um tanto alienadas, a imprensa para introduzir parâmetros de felicidades, cada vez mais e constantemente, impõe status de felicidade, quer dizer, “tenha esse produto e será mais feliz que as pessoas que não têm”.
Outro fator indispensável é a proporção do consumo, um assunto que quando debatido é vigente que quanto mais se gasta, em questão de qualidade e quantidade, mais felicidade a pessoa vai adquirir. Isso de fato, deve ser analisado [,] pois, pra [para]certas pessoas, ter bens materiais, traz muita felicidade, pois proporciona-os [proporciona] uma vida mais agradável, contudo, não é só quem pode obter com facilidade ou já possui bens que é feliz!
Sendo assim, em vista dos argumentos supracitados, o consumismo, que às vezes traz uma felicidade passageira, não se extingue devido ao ato de nós, os consumidores, não nos policiarmos e deixarmos ser levados por impulsos, que nos levam a gastar em algo que não convém comprar. Com isso, só depende de nós mesmos, nos conscientizarmos à respeito disso, para não haver frustrações e arrependimentos depois de comprar algo, pois [,] afinal de contas, o consumo traz felicidade sim, desde que seja um instrumento usado adequadamente.
ATENÇÃO ALUNOS:
· Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da página 121 à 124.
· Na página 124 vocês encontraram as atividades para serem feitas.
· São QUATRO questões que devem ser feitas em seu caderno.
· No texto complementar se encontra uma pesquisa sobre o consumismo e a felicidade. Esses textos os ajudarão a fazer as atividades da terceira semana da segunda pet.
PET 2 - Texto Complementar 2: LINGUAGEM
FILOSOFIA DA LINGUAGEM:
Filosofia da linguagem é o ramo da filosofia preocupado com quatro questões fundamentais, e as questões derivadas delas:
A natureza do significado
Uso da linguagem
Compreensão da linguagem
Relação da linguagem com a realidade
Quanto a natureza do significado, trata-se de entender o sentido de "significar", entre as questões abordadas, na busca por melhor compreender a questão, teremos a natureza da sinonímia, as origens do significado e qual o modo pelo qual conhecemos um significado. Ainda, filósofos da linguagem trabalharão para compreender como sentenças significativa derivam seu significado de partes menores, as palavras de uma frase, para apresentar significados mais amplos, bem como se o significado das frases é redutível ao significado das palavras.
Embora seja possível derivar e construir outras explicações, atualmente existem sete explicações principais para o que é um significado:
Pragmática, na qual o significado é determinado pelas consequências de sua aplicação;
Verificacionista, posição tipica do positivismo lógico, postulando que o significado de uma sentença é seu método do verificação;
Referencialista, também chamada externalismo semântico, apresenta o significado como equivalente àquelas coisas no mundo que são conectadas ao significado, defendida por autores como Hillary Putnam e Saul Kripke;
Construtivista, defendendo que o discurso pode mudar a realidade, geralmente interpretada em sentido social, não literal;
Teorias de uso da linguagem, que ajudou a inaugurar a visão comunitária do significado, variando conforme o uso em uma comunidade, associada inicialmente a Ludwig Wittgenstein e posteriormente a John Seale e Robert Brandom;
Verdade-condicional, apresenta o significado como as condições nas quais uma expressão pode ser verdadeira ou falsa, iniciada por Gottlob Frege e representada atualmente por autores como Alfred Tarki e Donald Davidson;
Ideia, associadas aos filósofos do Empirismo Britânico, como David Hume e John Locke, entende que o significado é meramente um conteúdo mental provocado pelo simbolo.
Quanto ao uso da linguagem, trata-se de entender como os usuários de uma linguagem a aprendem e utilizam em sua comunicação com os outros, bem como o que significa comunicar. Aprendizagem da linguagem, atos de fala e criação da linguarem são tópicos recorrentes nesta área. A compreensão da linguagem toca alguns elementos da filosofia da mente, uma vez que trata de como a mente do falando e do ouvinte que interpreta o falando se relacionam com a linguagem.
A questão da relação entre linguagem e realidade, investigações geralmente chamadas de "teorias da referência", envolve as questões relacionando a linguagem, a verdade e o mundo, trata-se de investigar qual tipo de significado pode ser verdadeiro ou falso. Entre outras questões, investiga-se o caso em que sentenças sem significado possam ser verdadeiras ou falsas, ou se sentenças podem expressar verdade sobre coisas inexistentes, como as sentenças se relacionam com personagens fictícios e erros de referências. Para trabalhar estas questões, Frege dividiu o conteúdo das expressões em dois componentes, o sentido e o significado.
Segundo Frege, o sentido de uma expressão é o pensamento que ela expressa, este será responsável por estabelecer a referência, aquilo no mundo ao qual tal expressão se refere, um objeto por exemplo. Os sentidos seriam, portanto, modos de apresentação dos objetos do mundo e o valor de verdade de uma expressão estaria associado a quão bem a sentença apresenta os objetos aos quais pretende se referir. Esta posição foi desenvolvida por Bertrand Russell, que embora tenha oferecido uma teoria diferente, é normalmente referido em conjunto com Frege. Esta posição foi depois criticada por Saul Kripke em sua obra Naming and Necessity, através do argumento modal, estabelecendo que mesmo que todas as descrições associadas a uma expressão sejam falsas, a referência se mantém.
NÍVEIS DE LINGUAGEM:
Podemos interagir e nos comunicar com outras pessoas por meio de diversos níveis de linguagem: padrão, coloquial, gírias, regionalismos e linguagem vulgar.
A interação verbal entre os sujeitos é possível por meio das palavras e pode ser realizada por meio da fala e/ou da escrita. Dependendo da situação comunicativa, os usuários das línguas podem eleger qualquer um dos diferentes níveis de linguagem para interagir verbalmente com os outros. Isso significa que existem linguagens diferentes para ocasiões distintas, ou seja, em toda situação comunicativa, os falantes elegem o nível de linguagem mais adequado para que tanto o emissor quanto o receptor das mensagens possam compreender e ser compreendidos.
Nível 1: Norma culta/padrão
Como sabemos, cada língua possui sua estrutura e muitas delas possuem um conjunto de regras responsável pelo funcionamento dos elementos linguísticos. Esse conjunto de regras é conhecido como gramática normativa. Nela, os usuários da língua encontram a norma-padrão de funcionamento da língua chamada de “padrão ou culta”, a qual deve, ou pelo menos deveria, ser de conhecimento e acessível a todos os falantes da mesma comunidade linguística.
Utilizar a norma culta da língua portuguesa, por exemplo, não significa comunicar-se de maneira difícil e rebuscada. Embora à língua padrão seja atribuído certo prestigio cultural e status social, o uso da linguagem culta está menos relacionado à questão estética e muito mais associado à sua democratização, já que esse é o nível de linguagem ensinado nas escolas, nos manuais didáticos, cartilhas e dicionários das línguas etc.
Nível 2: Linguagem coloquial/informal/popular
A linguagem coloquial é aquela utilizada de maneira mais espontânea e corriqueira pelos falantes. Esse nível de linguagem não segue a rigor todas as regras da gramática normativa, pois está mais preocupado com a função da linguagem do que com a forma. Ao utilizar a linguagem coloquial, o falante está mais preocupado em transmitir o conteúdo da mensagem do que como esse conteúdo vai ser estruturado.
De maneira geral, os falantes utilizam a linguagem coloquial nas situações comunicativas mais informais, isto é, nos diálogos entre amigos, familiares etc.
Nível 3: Linguagem regional/regionalismo
A linguagem regional está relacionada com as variações ocorridas, principalmente na fala, nas mais variadas comunidades linguísticas. Essas variações são também chamadas de dialetos. O Brasil, por exemplo, apresenta uma imensa variedade de regionalismos na fala dos usuários nativos de cada uma de suas cinco regiões.
Nível 4: Gírias
A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de expressão cotidiana. Ela está relacionada ao cotidiano de certos grupos sociais e podem ser incorporadas ao léxico de uma língua conforme sua intensidade e frequência de uso pelos falantes, mas, de maneira geral, as palavras ou expressões provenientes das gírias são utilizadas durante um tempo por um certo grupo de usuários e depois são substituídas por outras por outros usuários de outras gerações. É o caso, por exemplo, de uma gíria bastante utilizada pelos falantes nas décadas de 80 e 90: “chuchu, beleza”, mas que, atualmente, está quase obsoleta.
Nível 5: Linguagem vulgar
A linguagem vulgar é exatamente oposta à linguagem culta/padrão. As estruturas gramaticais não seguem regras ou normas de funcionamento. O mais interessante é que, mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes conseguem compreender a mensagem e seus efeitos de sentido nas trocas de mensagens. Podemos considerar a linguagem vulgar como sendo um vício de linguagem. Veja alguns exemplos bastante recorrentes em nossa língua:
“Nóis vai”
“Pra mim ir”
“Vamo ir”
IMPORTÂNCIA DA LIBRAS NA LINGUA PORTUGUESA:
A Libras – Língua Brasileira de Sinais é uma forma de linguagem natural, criada para promover a inclusão social de deficientes auditivos. Em 2002, foi reconhecida pela Lei de nº 10.436 como como uma das línguas oficiais do país, sendo regulada pelo Decreto nº 5.626/2005. O que diferencia a Língua de Sinais das demais é que, no lugar do som, utiliza os gestos como meio de comunicação, marcados por movimentos específicos realizados com as mãos e combinados com expressões corporais e faciais.
Hoje, aprender Libras é fundamental para o desenvolvimento nos aspectos social e emocional, não apenas do deficiente auditivo, mas também de todos que fazem parte do seu convívio. Ainda assim, o ensino da Língua de Sinais é bastante precário no Brasil. Muitos deficientes auditivos aprendem a linguagem em centros voltados exclusivamente para pessoas com deficiência.
Aprender a Língua Brasileira de Sinais é evoluir pessoal e profissionalmente, além de incluir e fazer com que a sociedade seja mais receptiva e dê mais acesso e oportunidades às pessoas que sofrem de surdez. Saiba um pouco mais sobre a importância de aprender a Língua Brasileira de Sinais:
Destacar-se profissionalmente
O domínio de Libras é um grande destaque no currículo profissional. Além do enriquecimento cultural, o profissional pode destacar-se principalmente se a empresa em que trabalha houver algum deficiente auditivo. Com a Lei nº 10.436, que torna obrigatório o setor público atender deficientes auditivos por meio da Língua Brasileira de Sinais, o que torna esse profissional muito requisitado nas empresas.
Possibilitar a integração no âmbito educacional
Ter conhecimento de Libras é fundamental no setor pedagógico, pois as instituições educacionais têm por obrigação serem locais de inclusão e integração, nem excluir nenhum aluno por conta de alguma deficiência. Portanto, é muito importante que os profissionais da área de Pedagogia saibam Libras.
Importância de aprender Libras
Acabar com o audismo .O audismo pode ser compreendido como uma forma de preconceito com as pessoas que têm menor ou nenhuma capacidade de audição. E isso acontece quando há descaso ou falta de interesse em adaptar a comunicação para que ela atinja as pessoas com deficiência auditiva. Não valorizar a Libras e sua relevância é uma forma de endossar a cultura negativa do audismo, por isso, aprender a Língua de Sinais e fornecer outros mecanismos de inclusão é importante para erradicar esse preconceito.
ATENÇÃO ALUNOS:
· Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da página 117 à 120.
· Na página 120 vocês encontraram as atividades para serem feitas.
· São CINCO questões que devem ser feitas em seu caderno.
· No texto complementar se encontra uma pesquisa sobre Linguagem, algumas regras da Língua portuguesa e um texto sobre a importância da Libras. Esses textos os ajudarão a fazer as atividades da segunda semana da segunda pet.
PET 2 - Texto Complementar 1: NATUREZA E CULTURA
Ação Instintiva:
Podemos dizer que a ação instintiva se caracteriza por ações involuntárias, ou seja a forma de agir por instintos. Para melhor entendimento vou colocar alguns exemplos de algumas situações:
- Quando alguém vê uma criança que pertence a sua família, ou uma criança comum sendo agredida covardemente, a maioria das pessoas agiriam por instinto ou seja atacaria o agressor, para defender aquela criança.
-Quando uma girafa vê seu filhote sendo atacado por um grupo de leoas, ela imediatamente parte para o ataque para defender o sua cria, ou seja ela age por um instinto materno que neste caso é o ato de proteger.
- Outro exemplo seria também a criança que começa a andar e a falar por instinto.
Ação Inteligente:
Já a aço inteligente se caracteriza por atos voluntários, de certo modo podemos dizer que nela também existe uma flexibilidade de acordo com uma situação em que cada um se encontra, ou seja se um animal ficar preso em algo ou em alguma coisa ele poderá tentar se libertar e talvez ele conseguirá, mas também vão existir aqueles que vão tentar se libertar mas que não conseguirão, ou seja não é uma regra que atende à todos, pois depende da situação que o indivíduo se encontra....
Tudo é Natural, Tudo é Fabricado:
Podemos dizer que... Tudo, absolutamente tudo vem da natureza, quando chegamos aqui tudo já existia, não são coisas criadas pelo homem. Mas precisamos fabricar o que precisamos, sendo assim, precisamos da matéria prima que vem da natureza. Por exemplo, para fabricar um caderno, é utilizado as árvores (que vem da natureza, matéria natural) para fazer as folhas (ser fabricado pelo homem). Então é natural e fabricado, algo da natureza transformado, aprimorado pela mão de obra do homem.
Outra visão (filosofia): O natural poderia ser o comportamento humano, as ações. O que seria fabricado é os costumes e valores que são criados e desenvolvidos por um grupo de pessoas baseado em suas ações e modo de viver. Por exemplo, as leis são criadas de acordo com as ações e necessidades do homem.
ATENÇÃO ALUNOS:
· Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da página 112 à 116.
· Na página 116 vocês encontraram as atividades para serem feitas.
· São TRÊS questões que devem ser feitas em seu caderno, incluindo a DISSERTAÇÃO.
· No texto complementar se encontra uma pesquisa sobre ação instintiva e inteligível, bem como um texto sobre: Tudo é Natural e Fabricado. Esses textos os ajudarão a fazer as atividades da primeira semana da segunda pet.
Texto Complementar 5: IMPORTÂNCIA DA LÓGICA
A
IMPORTÂNCIA DO RACIOCÍNIO LÓGICO PARA O SER HUMANO
Rapidamente a tecnologia avança e em pouco tempo os aparelhos de última
geração estarão ultrapassados. A ideia é que todos tenham pensamentos lógicos
para acompanhar as mudanças em tão pouco espaço de tempo. É indispensável que o
ser humano tenha um raciocínio lógico para organizar os pensamentos e assim
obter bons (e quem sabe, ótimos) resultados em suas atividades cotidianas.
Para formar uma frase coerente e com coesão, é necessário realizar
pensamentos lógicos no cérebro para ordenar as letras, sílabas, palavras, para
que, a quem esteja sendo dirigida, entenda perfeitamente. Por esse motivo,
pode-se dizer que existe Lógica no dia a dia. Quando falamos ou escrevemos,
estamos usando-a. Percebe-se a importância da Lógica na prática, pois há o
desejo de pensar, falar, escrever e agir de maneira correta. Para que isso
aconteça, as pessoas ordenam seus pensamentos, de forma que estão utilizando a
lógica e o raciocínio lógico para as atividades tão básicas no cotidiano.
Para Mortari (2001) “Justificar
uma afirmação que se faz, ou dar razão para uma certa conclusão obtida, é algo
de bastante importância em muitas situações. Por exemplo, você pode estar
tentando convencer outras pessoas de alguma coisa, ou precisa saber com certeza
se o dinheiro vai ser suficiente ou não para pagar o aluguel: o seu agir
depende de ter essa certeza. A importância de uma boa justificativa vem do fato
de que muitas vezes cometemos erros de raciocínio chegando a uma conclusão que
simplesmente não decorre da informação disponível”. (MORTARI, 2001, p.6)
Com o objetivo de definir os aspectos importantes do raciocínio lógico e
demonstrar sua aplicabilidade no cotidiano desta pesquisa, algumas pessoas de
diferentes profissões, sexo, estado civil, com ou sem filhos foram acompanhados
em suas atividades diárias durante um período de três dias. Os nomes a seguir
são fictícios para não invadir a intimidade e privacidade de cada um.
Com base em suas atividades cotidianas, foi analisado se houve ou não a
aplicação do raciocínio lógico e confirmado as reais necessidades do mesmo no
cotidiano, a fim de concluir essa pesquisa de forma a contribuir na organização
de suas atividades e tarefas dentro do tempo necessário para viver de maneira
mais tranquila e prazerosa.
APLICABILIDADE
DO RACIOCÍNIO LÓGICO NO COTIDIANO DO UNIVERSO PESQUISADO
Pode-se pensar que o raciocínio lógico não é utilizado para determinadas
situações no cotidiano. No entanto, todas as pessoas utilizam o raciocínio
lógico, seja cientista, engenheiro, psicólogo, advogado, homem de negócios,
arquitetos, serralheiros e você.
Muitas vezes é usado de modo mais informal, outras vezes de modo a ter
um conhecimento apurado do mesmo e saber aplicar em momentos que pareçam
necessários.
Na pesquisa de campo realizada com a Ana Paula, mulher de 23 anos,
casada, sem filhos, porém trabalhando e estudando, pode-se verificar, mediante
a sua resposta ao questionário, que apesar de utilizar a Lógica para suas
atividades em certo período, não organizou seus pensamentos e atos em algumas
atividades. Em outras, porém, não percebeu que utilizava de raciocínio lógico,
como o percurso de ir e vir todos os dias, da empresa para a faculdade, para a
casa e para a empresa. Entretanto, a jovem pode analisar melhor esse período e
fez a sua própria análise.
Sofia, mulher de 28 anos apesar de ficar até tarde na internet e
precisar acordar cedo, acredita estar usando de Lógica, pois esse se tornou um
momento apenas seu, de refletir e se descontrair. Com suas palavras ela diz:
“Esse é o único momento que posso relaxar um pouco. Nesse momento, isso é
diferente para mim – ficar até 02hs na internet para descontrair e refletir um
pouco. ” Entretanto, Sofia sacrifica suas noites de sono para ter algum tempo
de descontração e reflexão. Com certeza está utilizando o raciocínio para esse
sacrifício, visto que, o único tempo disponível para si mesma é no horário em
que poderia estar dormindo.
No que tange a organização do tempo, entende-se que a Sofia procura
respeitar seus horários de estudo, trabalho e pessoal de maneira eficaz.
Patrícia, a arquiteta, usa letras para identificar os seus clientes,
exemplo: Cliente C, Cliente D, Cliente S. Com isso, acredita que está
utilizando a Lógica, que é a arte de bem pensar, para facilitar a sua vida
cotidiana. Entretanto, quando respondeu a uma pergunta do questionário, disse
que “com certeza não utilizou da Lógica para um determinado fato ocorrido, no
dia 05 de outubro. ” Porém, justificou-se afirmando “não utilizar do raciocínio
lógico sempre, pelo fato de que seu trabalho nem sempre permite a utilização,
por ter de no decorrer do dia, muitas vezes, fazer alterações no projeto dos
seus clientes”.
Segundo Patrícia, sabe que precisa fazer algo diferente, dentro do
possível, para utilizar o raciocínio lógico para um melhor aproveitamento do
tempo e economia de gasolina.
Para a Psicóloga Mariana, utiliza a Lógica para organizar os seus
compromissos e quando vai utilizar o carro. Em seu relatório diário, Mariana
comentou: “(...) a lógica para comprar é andar pelo corredor na sequência e
pegar os produtos. (...)”. A pergunta formulada para este relato foi na
intenção de saber se Mariana acredita que a Lógica da qual utilizou a
beneficiou naquele momento. Sua resposta foi: “Sim, porque economizou tempo*
tanto na hora da compra como por não ter que fazer 1 lista de compra. *economia
de tempo: não tinha que passar várias vezes pelo mesmo corredor. ”
Mariana fez bom uso da lógica e sabe a real necessidade da utilização do
raciocínio lógico. Sueli, professora, mencionou que “dia de segunda, terça e
quarta é muito corrido, saio de uma escola 11h30 e entro em outra em Arujá as
12h (...)”. Pergunta-se a Sueli se acredita que nesse espaço de tempo, utiliza
o raciocínio lógico para realizar este percurso. Pode-se observar com a
resposta da Sueli que a mesma aguarda a aposentadoria do Estado do Governo de
São Paulo, que está em processo, no município de Mogi das Cruzes. Com isso, o
seu percurso para a escola em Arujá será diferente, possibilitando um tempo
adequado para alimentação e descanso.
A professora de 63 anos trabalha em duas escolas, sendo as mesmas em
cidades distintas. Portanto, sacrifica seu tempo de almoço. Além disso,
participa de uma orquestra de câmara no naipe de trombone, faz curso na
segunda, terça e quinta, e nas quartas vai ao ensaio da orquestra.
Segundo Sueli, utiliza do raciocínio lógico sempre, a fim de estar
coerente com o plano de aula e com os projetos educacionais no decorrer do dia.
Paulo, operador de máquinas CNC, afirma de forma informal que
normalmente não tem muito tempo vago, porém quando tem, prefere não fazer nada.
Esse pensamento é lógico, afinal, o tempo vago, acredita-se que é para
descansar. Segundo ele, em seu percurso diário para o trabalho e na volta,
utiliza a Lógica. Afirma Paulo: “utilizo lógica para escolher o percurso e
definir o horário para que seja feito tudo no prazo”. E continua, dizendo que
utiliza do raciocínio lógico quando está dirigindo em qualquer hora do dia.
O Serralheiro, Gregório afirma que utiliza o raciocínio lógico para
montar um portão. Primeiro pensa nas medidas e desenho, faz um esboço para
quando montar dar certo.
Entretanto, Gregório percebe que não usou a lógica para um determinado
acontecimento no dia 07 de outubro. Faria diferente se usasse a Lógica. No
geral, utiliza do raciocínio lógico em todos os serviços que executa.
PARA TER
RACIOCÍNIO LÓGICO
Para um raciocínio lógico que converge em atitudes inteligentes no
cotidiano, proporcionando um dia agradável e organizado, primeiro faz-se
necessário o saber da definição correta de Lógica e de raciocínio lógico. Todos
que fazem parte do universo pesquisado e colaboraram para essa pesquisa, de
maneira formal e informal, conseguiram definir a Lógica e entender bem o que é
necessário para ter o raciocínio lógico.
Em um dia com muitas atividades, a organização e a ordem lógica torna-se
tão importante para que se obtenha um rendimento razoável e satisfatório.
Alguns dos colaboradores dessa pesquisa têm uma vida agitada, corrida e
precisam que todas as atividades do dia, sejam cumpridas.
O objetivo desta pesquisa foi para identificar a necessidade das pessoas
no que tange ao conhecimento de Lógica e de raciocínio lógico para assim
ajuda-las a proporcionar a si mesmas, um dia mais tranquilo, sem que ao final,
o estresse seja parte constante desse dia.
O raciocínio muitas vezes, pode ser de maneira incorreta. Entretanto, se
há uma compreensão de que a Lógica é a correção do pensamento, a arte de bem
pensar e coloca ordem no pensamento, todas as pessoas em geral, dedicando tempo
para pensar e organizar suas atividades consegue um raciocínio lógico perfeito.
Imprevistos acontecem, porém se a arte de raciocinar bem for uma constância, as
pessoas terão facilidade em resolver a situação da forma mais adequada e
satisfatória.
Como diz Jean Piaget, em sua teoria da Epistemologia Genética, as
estruturas mentais não são programadas nem geneticamente e nem são
hereditárias, mas são construídas graças à relação do Sujeito com o Objeto
(meio). Com isso, não importa o quanto o Sujeito conhece, mas como e quais são
as estratégias do pensamento que ele utiliza para fazer as suas tarefas e
concluir o seu dia de maneira assertiva e recompensadora.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Pode-se observar que todo o universo pesquisado sabe a definição de
Lógica. Através de uma conversa informal, observou-se que a maioria sabe
perfeitamente o que é raciocínio lógico e consegue expressar com palavras. No
entanto, tem dificuldade de passar as ideias para o papel.
No geral, o universo pesquisado sabe definir bem o que é, onde aplicar e
quando aplicar o raciocínio lógico. Porém, imprevistos acontecem e em
determinadas situações, poucos conseguem manter um equilíbrio e raciocinar de
forma Lógica. Nestes momentos, o que mais acontece é a impulsividade, a decisão
rápida e muitas vezes impensada.
O maior desafio desse projeto foi o de fazer as pessoas entenderem, não
só o que é lógica, mas a real necessidade do raciocínio lógico em seu
cotidiano, para que de maneira assertiva conseguisse valorizar tanto o seu
tempo pessoal quanto o profissional. Entenderem que viver de forma organizada
pode proporcionar mais alegria e prazer, gerando conforto a família, tempo de
qualidade e respeito a própria vida. Para tal, era importante conseguir que o
universo pesquisado, parasse para pensar e analisar todas as suas atividades e
percebesse que poderia fazer diferente em determinadas situações e encontrar
dentro de si, respostas para o que ele mesmo (universo pesquisado) acredita
estar fazendo de errado.
O desafio foi cumprido. Percebeu-se que todas as pessoas, as quais fazem
parte da pesquisa, pararam para pensar, perceberam suas falhas e encontraram
respostas dentro de si mesmas. Entenderam que a utilização do raciocínio lógico
no cotidiano é necessária para uma boa organização das atividades a serem
realizadas, proporcionando uma qualidade de vida adequada. Além de que, a
partir do momento que a arte de bem pensar, de raciocinar de forma a colocar
ordem no pensamento, passa a ser rotina, facilitará em tomar decisões mais
rápidas e assertivas nos momentos de imprevistos.
Acredita-se que para um cotidiano mais tranquilo e prazeroso, a Lógica,
que distingue o raciocínio correto do incorreto, põe ordem no pensamento, deva
ser parte integrante das atividades do dia a dia.
Com esta pesquisa de campo, verificou-se e confirmou-se que as pessoas
podem aplicar o raciocínio lógico em diversas situações no cotidiano.
Questiona-se em uma das perguntas aplicada, em quais atividades faz-se
necessário a utilização do raciocínio lógico. Em todas as respostas obtidas,
pode-se perceber que todo o universo pesquisado, acredita que sim, a Lógica e o
raciocínio lógico faz-se necessário nas atividades no cotidiano.Foram aplicados
alguns feedbacks de forma concisa, com intuito de facilitar a vida de cada um.
Dicas para a utilização de agendas, de secretária, de pastas, de cronogramas e
de planilhas para retirar as redundâncias e inserir atividades reais e
necessárias foram vistas de maneira assertiva.
Ainda consegue-se afirmar que, no que tange a Lógica do dia a dia, é
imprescindível a organização do pensamento e o pensamento correto para assim
obter-se melhor qualidade de vida através do bom aproveitamento do tempo. E
para tanto, utilizar-se de alguns aparelhos tecnológicos pode trazer grandes
benefícios. Além de trazer conforto, os aparelhos tecnológicos de última
geração proporcionam aos seus usuários uma otimização do tempo.
Conclui-se com esta pesquisa que é necessário o raciocínio lógico em
todas as atividades cotidianas, visto que, facilita a execução das mesmas,
possibilitando um dia tranquilo, prazeroso e com o tempo bem utilizado.
REFERÊNCIAS:
ARAÚJO, Everton Coimbra de. Algoritmos: Fundamento e Prática. 3ª edição
ampl. e atual. Florianópolis: VisualBooks, 2007
AVILLANO, Israel de Campo. Algoritmos e Pascal: Manual de Apoio. 2ª
edição. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2006.
BOBONICH, Chris. IN: KRAUT, Richard... [et al.]. Aristóteles: a ética a
Nicômaco. Tradução de Alfredo Stork... [et al.]. Porto Alegre: Artmed, 2009.
CHARBONNEAU, Paul Eugéne. Curso de Filosofia: lógica e metodologia. São
Paulo: EPU, 1986.
COPI, Irving Marmer. Introdução a Lógica. Tradução de Álvaro Cabral. 2ª
edição. São Paulo: Mestre Jou, 1978.
FEITOSA, Hércules de Araújo, PAULOVICH, Leonardo. Um prelúdio a Lógica.
São Paulo: UNESP, 2005.
FORBELLONE, André Luiz Villar, EBERSPÃCHER, Henri Frederico. Lógica de
Programação: a construção de algoritmo e estrutura. 3ª edição. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2005.
LAWRENCE, Gavin. IN: KRAUT, Richard... [et al.]. Aristóteles: a ética a
Nicômaco. Tradução de Alfredo Stork... [et al.]. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARITAIN, Jacques. Elementos de Filosofia 2: a ordem dos conceitos,
lógica menor. Tradução de Ilza das Neves; Revista por Adriano Kury. 13ª edição.
3 impr. Rio de Janeiro: Agir, 2001.
MOREIRA, Maria Nilza. Inteligência Qualitativa e as estratégias do
Pensamento: um enfoque piagetiano. 1ª edição. São Paulo: Vetor, 2002.
MORTARI, Cezar A. Introdução à Lógica. São Paulo: UNESP, 2001.
ATIVIDADE
para a 5ª Semana de Aulas:
Faça uma
redação explicando como você faz o uso da Lógica no seu dia-a-dia. Dando
exemplos do uso dela no seu cotidiano na escola, em casa, com os amigos e se
trabalha no trabalho. Use a criatividade!
Texto Complementar 4: VERDADE E VALIDADE
LÓGICA:
Quando Aristóteles definiu o ser humano como o animal dotado da palavra (logos), ele quis dizer que somente nós conseguimos realizar um processo de abstração do mundo físico por meio da linguagem. A linguagem possibilita-nos a comunicação, o pensamento abstrato, a nomeação de coisas e objetos, o estudo científico, a criação das artes e toda a organização social e política de nosso mundo. Porém, para que funcione adequadamente, a linguagem também necessita de regras.
É a lógica linguística, campo de estudo inerente à Filosofia, que se debruça sobre a organização formal linguística, tentando estabelecer o modo necessário para que a própria linguagem possa funcionar adequadamente em cada caso específico. Não somente pela linguagem, a lógica como um entendimento e organização racional das formas também se dedica a estabelecer os nexos causais dentro da matemática. Ou seja, para que um resultado de um cálculo matemático esteja correto, o matemático ou a máquina que realiza a operação devem obedecer a um padrão formal que respeita as regras racionais, adentrando, assim, no âmbito da lógica matemática.
Aristóteles, discípulo de Platão, foi o primeiro filósofo da história a tentar entender e estabelecer de maneira clara os fundamentos da lógica linguística, deixando para a posteridade um conjunto de escritos conhecidos como lógica aristotélica ou lógica clássica. Nesses escritos, podemos encontrar formas de se entender os raciocínios dedutivos e indutivos na linguagem pelos silogismos, bem como encontramos o quadrado aristotélico, que é um quadro de exposição e qualificação de elementos linguísticos que, combinados de determinadas maneiras, provocam concordância ou discordância na fala, por exemplo.
A lógica, como estudo e identificação das formas válidas e corretas na linguagem, também se dedica a identificar e qualificar aquilo que não possui uma validade formal coesa e correta. A palavra que nomeia essas situações de não correção da forma daquilo que foi enunciado pela linguagem é falácia. As falácias são, grosso modo, proposições sem sentido, sem encadeamento lógico entre os fatos enunciados ou sem nexos causais que expliquem de maneira completa e correta os efeitos que constam nos enunciados das frases analisadas.
No século XIX, o filósofo alemão Gottlob Frege revolucionou a lógica já existente ao atentar para a necessidade de um maior entendimento matemático dos estudos de lógica. Ele desenvolveu um método chamado de cálculo de predicados, que analisa proposições linguísticas por meio de processos dedutivos matemáticos.
A contribuições de Frege para a lógica e para a filosofia da linguagem são consideradas importantes até hoje e, sem elas, não seria possível ter criado um código de programação de computadores capaz de traduzir dados criptografados por outras máquinas. Isso significa que, sem o aparato teórico lógico deixado por Frege, o matemático britânico Alan Turing, considerado o “pai” da informática e dos computadores, não poderia ter construído o primeiro computador da história.
CONCEITOS DE LÓGICA:
Juízo é o processo que conduz ao estabelecimento das relações significativas entre conceitos, que conduzem ao pensamento lógico objetivando alcançar uma integração significativa, que dê possibilidade a uma atitude racional frente as necessidades do momento
Premissa significa a proposição, o conteúdo, as informações essenciais que servem de base para um raciocínio, para um estudo que levará a uma conclusão. Em lógica a premissa significa cada uma das proposições de um silogismo.
Argumento é um conjunto de enunciados que estão relacionados uns com os outros. Argumento é um raciocínio lógico.
Proposição é um termo usado em lógica para descrever o conteúdo de asserções. Uma asserção é um conteúdo que pode ser tomado como verdade é altamente controversa entre filósofos, muitos dos quais são céticos sobre a existência de proposições.
Conclusão é consequência necessária da premissa. Sabemos que argumentos são raciocínios lógicos, que podem ser corretos ou incorretos. Todo raciocínio dedutivo envolve pelo menos uma premissa e uma conclusão. Há argumentos formados por apenas uma premissa e uma conclusão.
Sofisma ou sofismo é um conceito filosófico que está relacionado com a lógica, a argumentação e os tipos de raciocínio. Trata-se de um erro, uma argumentação falsa que é cometida intencionalmente com o intuito de persuadir seu interlocutor. Assim, ele gera uma ilusão de verdade.
Silogismo é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas que geram uma conclusão. O precursor desta linha de pensamento lógico foi o filósofo grego Aristóteles, conhecido por ser um dos primeiros pensadores e filósofos de todos os tempos.
ATENÇÃO ALUNOS:
· Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da página 91 à 93.
· Na página 93 vocês encontraram as atividades para serem feitas.
· São três questões que devem ser feitas em seu caderno, incluindo a entrevista da questão 1.
Texto Complementar 3: CORPO E PSIQUISMO
FILOSOFIA DA MENTE
Ramo da filosofia que trata dos estudos referentes a natureza da mente, dos eventos mentais, funções e propriedades mentais, consciência e a relação destes com o corpo, a filosofia da mente ocupa-se particularmente, mas não exclusivamente, do problema mente-corpo, questão clássica em filosofia que trata da forma como a mente se relaciona com o corpo, dado que o corpo é uma entidade física e a mente é uma entidade não-física.
Nas investigações relativas aos problema mente-corpo as duas principais correntes são dualismo e monismo. O dualismo já estava presente na filosofia do filósofo grego Platão, entendendo que a mente e o corpo seriam duas entidades distintas. A posição foi, no entanto, apresentada, nos moldes utilizados pela filosofia da mente, por René Descartes no século XVII. Ambos defendiam um dualismo de entidades, sendo que a mente seria uma entidade e o corpo seria outra entidade distinta. No dualismo de propriedades entende-se que a mente possui um conjunto de propriedades distintas das propriedades do corpo, mas que a mente emerge do corpo, particularmente do cérebro, mas estas propriedades não podem ser reduzidas às propriedades do cérebro, sendo ainda completamente independentes, embora a mente não se constitua como uma entidade substancial distinta.
O monismo por outro lado foi introduzido na história da filosofia pelo filósofo grego Parmenides, no século V antes de Cristo, e defendido ao longo da história da filosofia por autores como Baruch de Espinoza, entendendo que há apenas uma entidade. A principal corrente monista é a posição conhecida como fisicalismo. Tal posição defende que apenas as entidades que podem ser postuladas por teorias físicas são de fato existentes, portanto, ou o corpo e a mente são uma única entidade, ou a mente não existe em absoluto. As formas de monismo contemporâneas são, em geral, variações do fisicalismo, incluindo monismo anômalo, teoria da identidade de tipo, behaviorismo, funcionalismo, entre outras.
A abordagem fisicalista da filosofia da mente tem sido particularmente influente nas ciências, especialmente em psicologia evolutiva, sociobiologia e ciência da computação.
A possibilidade da consciência é também um problema abordado pela filosofia da mente, que não tem relação direta com o problema mente corpo. Esta questão é explorada em detalhes no livro de John Seale O Mistério da Consciência, de 1998. Nesta obra Searle explora como é possível que os processos neurobiológicos sejam causa dos nossos estados conscientes, estados estes que incluem desde sensações cotidianas, como uma dor de cabeça, até grandes eventos da vida, expressando portanto uma posição fisicalista. Searle critica que, um dos impedimentos para formular questões corretas que poderiam nos direcionar às respostas para a questão da consciência é a abordagem que vê o cérebro como uma máquina e a mente como um programa de computador (software). Desta forma, Searle nega a teoria da Inteligência Artificial Forte, no que diz respeito a afirmação de que qualquer sistema capaz de implementar um programa adequado e suficientemente complexo produziria consciência.
Em seu Argumento do Quarto Chinês, Searle demonstra que a mente não pode ser entendida como um programa de computador, uma vez que esta possui capacidade semântica, enquanto programas de computador são estritamente sintáticos. É impossível, segundo Searle, produzir conteúdos semânticos a partir de mera sintaxe tomada isoladamente.
Entre outras questões exploradas pela filosofia da mente estão, a questão epistemológica de como a mente conhece a si mesma e a intencionalidade, como sabemos que os estados mentais representam o que acreditamos que eles representem, a relação entre estados mentais e estados de coisas no mundo. Inclui também outras questões metafísicas como a identificação da mente com os pensamentos e sentimentos, ou sua identificação como uma entidade superior a estes.
MONISMO E DUALISMO:
O dualismo é uma visão filosófica que afirma que a realidade é constituída por duas partes que não podem ser reduzidas uma à outra. O ponto crucial do dualismo demonstra-se da seguinte maneira: caso compreenda-se ser necessária a justificação do universo como algo compreensível, essas duas partes devem ser reconciliadas. O dualismo é um dos elementos fundamentais da metafísica.
JA na filosofia dos pré-socráticos o dualismo aparece sob a forma de aparência e realidade. Em Platão, ele se mostra na crença na existência de um mundo ideal, que contém ideias eternas, e de um mundo sensível, onde as coisas estão em constante transformação. Na visão de mundo medieval, o dualismo aparece como a divisão entre seres humanos finitos e um Deus infinito ou entre essência e existência, enquanto no que se assume como o início do pensamento moderno, René Descartes (1596 – 1650) afirma a existência de uma mente pensante e uma matéria extensa, apresentando, assim, a fonte da discussão posterior a respeito do problema da relação entre a mente e o corpo. Já no âmbito da filosofia moderna propriamente dito, o filósofo escocês David Hume (1711 – 1776) divide o mundo entre fato e valor, enquanto o alemão Immanuel Kant (1724 – 1804) fenômenos empíricos e coisas-em-si transcendentais. Já no século XX, Martin Heidegger (1889 – 1976) divide o mundo em Ser e Tempo, influenciando o pensamento do existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905 – 1980), que estabeleceu o contraste entre o Ser e o Nada. No âmbito das discussões religiosas, o dualismo aparece sob a forma da relação entre o sagrado e o profano ou entre o religioso e o secular. Pode-se perceber, portanto, que em toda a história da filosofia o dualismo esteve efetivamente presente, embasando a construção dos mais diversos sistemas filosóficos.
O termo dualismo foi cunhado no século XVIII para se referir à doutrina de Zoroastro, que admitia a existência de dois princípios ou divindades, uma do bem e outra do mal, que lutavam constantemente entre si. Neste mesmo modo, o dualismo foi compreendido também por outros filósofos, como o alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646 – 1714). Essa forma de dualismo religioso para a compreensão da realidade pode ser igualmente encontrada em outras tradições, como o maniqueísmo, doutrina da qual Santo Agostinho foi um adepto e que posteriormente criticou após sua conversão ao cristianismo. O maniqueísmo também acreditava na existência de dois deuses em conflito, um bom e um mal, sendo o primeiro o criador das almas e o segundo o criador do mundo físico.
O significado mais comum do dualismo, contudo, foi estabelecido pelo filósofo alemão Christian Wolff (1679 – 1754), que identificava como dualistas aqueles admitiam a existência de substâncias materiais e substâncias espirituais. Este é o significado de dualismo mais comum e difundido no decorrer da tradição filosófica. Apesar dos diferentes modos de dualismos da história da filosofia apresentados nos parágrafos anteriores, Wolff afirmava que o criador do dualismo foi Descartes, quando identificou a existência de duas diferentes espécies de substâncias, a corpórea e a espiritual (a mente). Foi a partir da difusão dessa compreensão de Wolff que foi possível aos filósofos posteriores identificarem a presença do dualismo na tradição filosófica, seguindo-a mesmo até à antiga filosofia pré-socrática.
Esta definição tradicional do dualismo é comumente intitulada “dualismo cartesiano” e é um dualismo de substância. Há, no entanto, um outro tipo de dualismo, chamado “dualismo causal”, sustentado pelo filósofo inglês Bertrand Russell, que afirmava que o dualismo não era entre duas substâncias mas entre dois tipos de leis: leis causais físicas e leis causais psicológicas.
Monismo (do grego μόνος mónos, "sozinho, único") é aquilo que atribui unidade ou singularidade (em grego: μόνος) a um conceito, por exemplo, à existência. Em geral, é o nome dado às teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a existência de um único tipo de substância ontológica, como a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) por oposição ao dualismo ou ao pluralismo, à afirmação de realidades separadas.
As raízes do monismo na filosofia ocidental estão nos filósofos pré-socráticos, que abordaram o problema do um versus muitos, como Zenão de Eleia, Tales de Mileto, Parmênides. O monismo já teve importância filosófica em toda a história ocidental e oriental, com destaque em questões religiosas, devido às suas implicações teológicas e sobre a origem do universo (cosmologia). A frase do grego Epimênides (século VI a. C.) "Pois em Ti vivemos, nos movemos e temos nosso ser", em referência a Zeus, foi citada por Paulo de Tarso (Livro de Atos 17.28) e é um exemplo notável de monismo de realidade que engloba todos os seres. Na modernidade, Baruch Espinoza é talvez o mais conhecido filósofo monista por excelência, pois defende que se deve considerar a existência de uma única coisa, a substância (natura naturans), da qual tudo o mais (natura naturata), incluindo mente e matéria, são modos. Hegel defende um monismo semelhante, dentro de um contexto de absolutismo racionalista, junto ao pensamento do idealismo alemão baseado na descrição do Absoluto. Nietzsche afirmou que quando a ideia "Tudo é um" foi proposta, ela fez de Tales o primeiro filósofo grego.[2] Iris Murdoch disse em A Soberania do Bem: "Os hospícios do mundo estão cheios de pessoas convictas de que tudo é um. Pode-se dizer que 'tudo é um' é uma falsidade perigosa em qualquer nível, exceto no mais elevado".
LUDOLOGIA
Área do conhecimento que abarca o lúdico (jogos, divertimentos, brincadeiras infantis etc.): a importância da ludologia em escolas infantis. Ela pode e deve transmitir conhecimento mostrando através de coisas simples e prática as mais diversas áreas do conhecimento.
SOBRE O LIVRO HOMO LUDENS:
Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura, é um livro escrito pelo historiador holandês Johan Huizinga, publicado originalmente em 1938.
Apresentação
Tomando o jogo como um fenômeno cultural, o livro se estrutura sob uma extensa perspectiva histórica, recorrendo inclusive a estudos etimológico e etnográficos de sociedades distantes temporal e culturalmente.
Reconhece o jogo como algo inato ao homem e mesmo aos animais, considerando-o uma categoria absolutamente primária da vida, logo anterior a cultura, tendo esta evoluído no jogo.
A existência do jogo é inegável. É possível negar, se quiser, quase todas as abstrações: a justiça, a beleza, o bem, Deus. É possível negar-se a seriedade, mas não o jogo.
Huizinga define a noção de jogo de forma ampla como:
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da 'vida cotidiana'.
O jogo não é colocado como um passo primeiro a determinada função cultural como uma simples transformação do jogo para a cultura, mas reconhece-se a cultura como possuidora de um caráter lúdico e que, sobretudo em suas fases mais primitivas, se processou segundo as formas e no ambiente do jogo.
Analisa o jogo como uma função significante, valorizando sobretudo o caráter de competição (os elementos agonísticos e antitéticos do jogo). A linguagem, o mito e o sagrado, são marcados desde o início pelo jogo, que foi deixado de segundo plano com o passar do tempo, mas que ainda está presente na essências das principais atividades da sociedade.
Huizinga não se alonga quanto à presença do jogo em seu próprio tempo, mas com certo pessimismo, demonstra a perda do espírito lúdico logo com o surgimento do realismo e com a revolução industrial. Os esportes por exemplo que se valorizaram na época, são, enquanto presentes numa esfera profissional, criticados pela ausência da espontaneidade.
CONCEITOS FILOSÓFICOS:
Antropologia:
A antropologia é o conjunto de todas as ciências que procura circunscrever todo o ser humano em suas manifestações. De certo modo podemos dizer que toda atividade científica é uma atividade antropológica, porque em qualquer caso em que exista pesquisa estaremos nos voltando para o ser humano ou o que é próprio dele. A antropologia enquanto empenho científico se caracteriza pela busca da objetividade do conhecimento do que é próprio do homem. No entanto esta busca científica não põe completa, pois a ciência tem um caráter de divisão. Para que este conhecimento pudesse se tornar um conhecimento total sobre o homem temos a filosofia, enquanto a ciência determina os limites a filosofia abre horizontes mostrando a liberdade. A filosofia é para a antropologia o instrumento que auxilia na tarefa de compreensão da condição humana. Mas, mesmo sendo uma ferramenta que visa libertar a visão científica dos ferrolhos metodológicos a filosofia também, em muitos casos restringiu sua visão. Podemos citar o positivismo, o cógito e tantas outras escolas filosóficas que cometeram o mesmo erro da ciência, delimitar o que não pode ser delimitado, o homem.
Cultura:
O que é cultura? A resposta a essa pergunta envolve uma definição complexa, mas que é vivenciada no dia a dia por todos nós. Trata-se do conjunto de conhecimentos, valores, símbolos, tradições, ideias, costumes e práticas que se tornam características de um grupo, seja ele familiar, social, étnico, religioso e assim por diante. Esse conhecimento nem sempre é formal — ninguém precisou fazer um curso para aprender a cultura de seu próprio povo. Ela foi transmitida para as gerações seguintes no cotidiano: na conversa, nas atividades diárias, nas festas e comemorações, no exemplo das outras pessoas.
De uma forma completamente diferente do que muitos pensam, não existem pessoas com mais ou menos cultura, ou mesmo culturas inferiores ou superiores. Toda sociedade possui um conjunto único de valores, que foi construído através de sua história e deve ser compreendido e respeitado.
Características da Cultura:
Entre as principais características da cultura, podemos destacar:
Mecanismo adaptativo: significa que os indivíduos são capazes de mudar seus hábitos para se adaptarem ao meio onde vivem, o que produz manifestações e mudanças culturais;
Mecanismo cumulativo: as gerações mais antigas transmitem esse conjunto de conhecimentos às gerações seguintes, criando uma continuidade dos costumes naquele grupo. Nessa transmissão, a cultura perde alguns elementos, mas incorpora outros aspectos, sendo transformada;
Transformação permanente: a cultura não é estática, pois é influenciada por novos hábitos e maneiras de pensar que surgem com o desenvolvimento do ser humano e da própria sociedade.
Quais são os elementos da cultura? Enquanto vivencia a cultura, o ser humano produz manifestações. A música de um determinado povo, sua alimentação, obras de arte como pinturas e esculturas, suas moradias típicas e festas são exemplos dessa produção. Elas podem ser divididas em dois grupos:
Cultura material:
Envolve todas as produções culturais que têm como resultado objetos físicos. São exemplos de elementos da cultura material as construções, as obras de arte (pintura e escultura), o vestuário de um povo, os utensílios típicos usados diariamente, suas cidades, embarcações e meios de transporte etc.
Cultura imaterial:
Trata dos elementos que não têm um resultado material. Como exemplos, podemos citar as tradições, as festas populares, os saberes e valores partilhados por um grupo social, sua música e dança, as comidas, lendas e até mesmo o “jeito de ser” de uma população.
Cultura na Filosofia:
Para a Filosofia, a cultura é o conjunto de manifestações humanas moldadas a partir de uma combinação entre a interpretação pessoal da realidade e exigências globais. Elas diferem do comportamento natural do homem e podem ser transformadas a partir de percepções de valor íntimo, argumentação e aperfeiçoamento. Ainda segundo a Filosofia, o indivíduo busca informação para aprofundar a posição adotada e justificá-la para si mesmo e para a sociedade. Para essa área de conhecimento, essa transformação baseada na reflexão e na síntese interior é indispensável.
Cultura na Antropologia:
A Antropologia entende que a cultura reflete os padrões que o ser humano aprende e desenvolve a partir de sua interação com sua comunidade. Eles representam os ideais estéticos de um povo por meio de diferentes manifestações. Outro ponto que a Antropologia destaca é que a cultura de um indivíduo (que reflete a de sua comunidade) não é isolada de outros fatores. Ela representa o tempo em que estão inseridos, sua organização espacial e seus esforços para manter e defender as relações humanas ali estabelecidas.
Cultura brasileira:
O que é cultura: Carnaval é próprio da cultura brasileira
A Cultura Brasileira reflete não só os valores de um único povo. Ela é formada a partir das contribuições das várias etnias que deram origem à nossa população desde antes do descobrimento. Temos aqui um verdadeiro caldo cultural criado a partir de costumes dos índios que habitavam o continente, dos colonos portugueses que chegaram no período das Grandes Navegações, dos africanos trazidos como escravos e dos outros povos europeus que vieram principalmente a partir do fim da escravidão (italianos, alemães etc).
Essa miscigenação influenciou diretamente a Cultura Brasileira, produzindo costumes regionais completamente diferentes e disseminando outros hábitos entre todos os povos que vivem aqui.
Entre os costumes regionais, podemos destacar festas, como o Carnaval, e alimentos típicos. Um exemplo é o almoço: enquanto o paulista geralmente se alimenta de feijão (carioquinha) e arroz, o manauara (pessoa nascida em Manaus) come peixe com açaí na mesma refeição. Poderíamos citar outras situações que revelam essas diferenças.
Já entre os compartilhados podemos mencionar a Língua Portuguesa, que é um elemento importante para a unidade nacional, apesar dos diferentes sotaques presentes em todo o território.
Tipos de cultura:
O fato de a cultura estar presente em tantas áreas do conhecimento a torna muito ampla. É por isso que, para estudá-la de uma maneira mais profunda, é importante subdividi-la. Fizemos uma rápida descrição sobre os tipos de cultura para ajudá-lo a entender essas diferenças.
Cultura organizacional
É o conjunto de valores praticados por uma empresa ou organização. Ela define quais são os comportamentos aceitáveis e compatíveis com a missão e propósito do negócio. Também é chamada de cultura corporativa.
Cultura popular
Nasce espontaneamente a partir do povo. São manifestações que refletem a identidade cultural e os valores de uma comunidade.
Cultura erudita
Diferente da cultura popular, a erudita é baseada em estudos, análises críticas e elaboração técnica apurada. Devido às suas características, tem maior aceitação entre as elites sociais e econômicas, bem como os intelectuais.
Cultura de massa
Trata-se de um termo muito usado pelos filósofos da Escola de Frankfurt, que define as manifestações criadas com objetivo puramente comercial, gerando produtos de consumo que atendem aos interesses da Indústria Cultural. Segundo esses filósofos, ela tem o efeito de adormecer a consciência da maioria da população (a massa), dificultando a formação do espírito crítico e promovendo a alienação.
Cultura corporal
Envolve o estudo do comportamento físico dos seres humanos e como eles manifestam os valores culturais de um grupo. Analisa práticas como as danças, jogos, comportamento sexual, festividades e até mesmo a medicina praticada pela sociedade em questão.
Cultura material
A cultura material estuda as relações entre a cultura de um povo e os objetos que ele produz. Envolve conhecimentos nas áreas de Arqueologia, Antropologia, História da Arte, Arquitetura, Literatura, Museologia, entre outras. Essa cultura é muito importante para a preservação desse patrimônio.
Absurdismo:
Em filosofia, "O Absurdo" se refere ao conflito entre a tendência humana de buscar significado inerente à vida e a inabilidade humana para encontrá-lo em um universo sem propósito, sem significado ou caótico e irracional. Nesse contexto, "absurdo" não significa "logicamente impossível", mas "humanamente impossível". O Absurdo não é um produto só do espírito humano, tampouco algo existente de maneira independente do homem. Ele é, ao contrário, resultado da contrariedade inerente ao convívio do espírito com o mundo.
De acordo com o absurdismo, os homens têm tentado encontrar sentido para suas vidas ao longo de toda a sua história. Esta busca costuma resultar em uma das duas conclusões: ou que a vida não tem sentido, ou que a vida contém nela um propósito definido por uma força maior - uma crença em Deus, ou a aderência a alguma religião ou outro conceito abstrato.
Ilusão
Camus percebe que preencher a lacuna com alguma crença ou sentido inventado é um mero "ato de ilusão"; isto é, evitar ou contornar ao invés de reconhecer e abraçar o Absurdo. Para Camus, a ilusão é uma falha fundamental na religião, no existencialismo (o existencialismo ateísta, entretanto, não inclui a "ilusão") e em várias outras escolas do pensamento. Se o indivíduo escapa ao Absurdo, então ele não poderá confrontá-lo.
Deus
Mesmo com uma força espiritual para dar significado, outra questão surge: Qual o propósito de Deus? Kierkegaard acreditava que não há propósito de Deus compreensível aos humanos, fazendo da crença em Deus um absurdo por si mesma. Camus, por outro lado, sugere que acreditar em Deus é "negar um dos termos da contradição" entre a humanidade e o universo (portanto não-absurdo), é o que ele chama de "suicídio filosófico". Ainda assim, Camus (como também Kierkegaard) sugere que enquanto o absurdo não leva à crença em Deus, também não leva à Sua negação. Camus nota, "Eu não disse 'exclui Deus', o que equivale à Sua afirmação."
Suicídio
Para alguns, suicídio é uma solução quando confrontados com a futilidade de viver a vida destituída de qualquer significado, um meio de adiantar o destino inexorável de cada um. Camus explica, em O Mito de Sísifo, que o suicídio não é, de fato, uma solução, porque se a vida é verdadeiramente absurda, combatê-la é ainda mais absurdo; ao invés disso, nós deveríamos viver, e conciliar o fato de que vivemos numa realidade sem sentido. Suicídio, de acordo com Camus, é simplesmente um ato de evitar o Absurdo, ao invés de viver apesar dele.
Sentido pessoal
Para Camus, é a beleza que as pessoas encontram na vida que a faz valer a pena. As pessoas podem criar sentido para suas vidas, que pode não ser um sentido filosoficamente objetivo (se é que há um), mas ainda assim pode prover algo pelo que lutar. Entretanto, ele insistiu que deve-se sempre manter uma distância irônica entre esse significado inventado e o conhecimento do Absurdo, de forma que o significado inventado não tome o lugar do Absurdo.
Liberdade
A liberdade não pode ser alcançada além do que a absurdidade da existência permite; entretanto, o mais perto de que alguém pode chegar de ser absolutamente livre é pela aceitação do Absurdo. Camus introduziu a ideia da "aceitação sem resignação" como um meio de lidar com o reconhecimento do absurdo, questionando se um homem pode ou não "viver sem apelo", enquanto definindo uma "revolta consciente" contra a evasão da absurdidade do mundo. Em um mundo destituído de significado superior ou justiça após a morte, o ser humano se torna tão absolutamente livre quanto é humanamente possível. É através dessa liberdade que o homem pode atuar ou como místico (através do apelo a alguma força sobrenatural) ou como um herói do absurdo (através da revolta contra tal esperança).
Esperança
A rejeição da esperança, no absurdismo, demonstra a recusa de acreditar em qualquer coisa além do que essa vida absurda pode prover. Doravante, a recusa do herói do absurdo à esperança se torna sua habilidade de viver o presente com paixão. A esperança, como Camus enfatiza, não tem entretanto nada a ver com desespero (significando que os dois termos não são antônimos). O indivíduo pode viver rejeitando completamente a esperança, e, de fato, só pode fazê-lo sem esperança. A esperança é vista pelo absurdista como outro método fraudulento de evadir o Absurdo, e não tendo esperança, o indivíduo estará motivado a viver cada momento ao máximo.
Integridade
O absurdista não é guiado por moralidade, mas ao invés disso, pela sua própria integridade. O absurdista é, de fato, amoral (porém não necessariamente imoral). Moralidade implica um firme senso definitivo de certo e errado, enquanto a integridade implica honestidade consigo mesmo e consistência nas motivações subjacentes das ações e decisões do indivíduo.
Darwinismo:
Darwinismo é um termo prático que se refere aos estudos desenvolvidos por Darwin e sua implicação nos estudos do meio ambiente, do processo evolutivo dos seres vivos e da própria organização da vida no planeta. Darwin, através dos estudos realizados por Malthus, sabia que o potencial de crescimento das populações é muito maior do que o potencial do meio ambiente em gerar recursos para manter e alimentar os indivíduos, assim concluiu que haveria uma competição entre os mesmos, sendo que aqueles que apresentam variações que favoreçam sua sobrevivência serão os que conseguirão deixar maior número de descendentes.
Assim, ao analisar as taxas de reprodução e de mortalidade em diversas populações e ao comprovar esses dados experimentalmente, haveria indivíduos que por serem diferentes sobreviveriam e se reproduziriam com maior sucesso, passando assim suas características. Após vários anos, em ocorrência desse favorecimento, associado a essa característica apresentada, encontraríamos um maior número de indivíduos descendentes desse indivíduo mais apto.
Os indivíduos que apresentassem características menos favoráveis encontrariam dificuldade para competir, reproduzir e sobreviver. Dessa forma, através da seleção natural, os indivíduos com características desfavoráveis tenderiam a quase desaparecer com o passar dos tempos.
Em qualquer população encontraremos indivíduos diferentes, seja internamente, seja externamente. Essas variações podem ocorrer através, por exemplo, de mutações ao acaso, aleatórias, e que, quando da reprodução desse indivíduo, essas informações são transmitidas aos descendentes.
Entretanto, uma vez que os recursos do ambiente são limitados e não podem suportar o crescimento infinito de uma população, a ideia da competição entre indivíduos de uma mesma espécie explicaria por que alguns sobrevivem e porque outros morrem. Assim, quem se alimenta e vive mais tem, consequentemente, maiores chances de se acasalar e deixar mais descendentes. O Darwinismo é um mecanismo que provoca contínuas mudanças em populações de seres vivos e podemos decompor esse mecanismo em cinco referenciais:
1. Variação - os indivíduos não são totalmente semelhantes, mesmo que tenham o mesmo parentesco. Essa variabilidade contribui para o processo evolutivo ao apresentar em diferentes indivíduos características diversas.
2. Herança - a forma como se dá a passagem das características foi um fator que intrigava Darwin, mas ele não conseguiu resposta conclusiva sobre o assunto. A resposta veio com a Genética.
3. Seleção - a competição pelos recursos ambientais seria um fator determinante para a evolução de uma espécie.
4. Tempo - a seleção natural não se processa em curtos intervalos de tempo. Temos também que o ambiente está em constante modificação, ocasionando mudanças contínuas.
5. Adaptação - seria a característica que favorece a sobrevivência dos indivíduos em um determinado ambiente. Os indivíduos apresentam adaptações diferentes ao mesmo ambiente, mas pela seleção natural, somente aquele que for mais apto conseguirá sobreviver.
Darwin também estudou animais que são criados em cativeiro. Observou que quando fornecemos a esses as condições ideais para sua sobrevivência, todos os indivíduos têm as mesmas chances de sobreviver, alcançando rapidamente um número elevado de indivíduos. Nesse caso a seleção natural não ocorre, pois “neutralizamos” sua ação.
Darwin observou, em relação à influência do homem no processo de criação de animais, que ao realizar a escolha de características que atendam à sua necessidade, também realiza um tipo de seleção, que ele chamou de Seleção Artificial. Dessa forma temos as diferenças apresentadas entre o porco selvagem e o porco doméstico, por exemplo.
ATENÇÃO ALUNOS:
· Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da página 84 à 86.
· Na página 86 vocês encontraram as atividades para serem feitas.
Texto Complementar 1: MITO E FILOSOFIA
SURGIMENTO DA FILOSOFIA:
A filosofia, como expoente do conhecimento racional pensado de maneira sistemática, surgiu na Grécia em meados do século VI a.C. Essa nova ciência surgiu a partir de um contexto histórico e da necessidade de explicar o mundo de maneira racional. Até o surgimento dessa maneira de pensar e compreender o mundo, as explicações eram dadas através dos mitos.
A necessidade de entender o mundo a partir de explicações racionais, com apresentação de provas incontestáveis e de argumentos bem formulados e com boa base teórico racional, colaborou para o surgimento da filosofia.
O contexto sociopolítico e as manifestações religiosas e culturais que vigoravam também foram fundamentais para o surgimento e, posteriormente, para o crescimento e a expansão do pensamento filosófico.
Filósofos gregos.
EXPLICAÇÕES MITOLÓGICAS E O MITO:
Mitos são narrativas criadas, geralmente cheias de elementos fantasiosos, usados para explicar o surgimento do mundo, situações do dia a dia ou acontecimentos que influenciam diretamente na vida dos homens como os fenômenos naturais.
As explicações mitológicas são dadas a partir de elementos fantasiosos, míticos. A presença de deuses e semideuses é, também, uma característica das narrativas míticas. A fúria ou benevolência dos deuses para com os humanos é usada para explicar uma série de acontecimentos.
Durante muito tempo, os fenômenos sociais e naturais foram explicados através de elementos míticos. As explicações, portanto, eram mitológicas. No entanto, tal forma de explicar o mundo, os elementos naturais e as ações humanas, em determinado momento, deixou de ser suficiente.
Rapidamente, os pensadores gregos passaram a buscar maneiras racionais de explicar os acontecimentos. A partir disso, nasceu a filosofia, graças à necessidade de garantir modelos racionais de explicação.
Com o surgimento da filosofia e o desenvolvimento do pensamento filosófico, as explicações mitológicas foram perdendo espaço. A filosofia foi uma das grandes responsáveis, juntamente com outras ciências, para a disseminação do conhecimento e das explicações baseadas na racionalidade.
Mito de Teseu e o Minotauro.
CONTEXTO SOCIOPOLÍTICO DA GRÉCIA:
Alguns fatores sociopolíticos influenciaram diretamente no surgimento da filosofia, sendo o mais relevante deles a formação das polis. Os primeiros agrupamentos sociais gregos eram chamados de genos, que eram compostos por pessoas com um antepassado em comum e com o poder de decisão concentrado nas mãos do pater, a figura mais velha desse grupo.
Com o aumento do número de habitantes nos genos e o início da noção de propriedade privada, que gerou uma série de conflitos, os gregos optaram pela divisão das terras a partir do grau de parentesco. O reagrupamento dos genos e a divisão de terras deu origem às fratrias, que, posteriormente, se reorganizaram, formando as tribos.
A partir do desenvolvimento do comércio, da agricultura e do aumento no número de habitantes, as tribos passaram por um novo processo de organização que deu origem às cidades estados, ou pólis.
A organização das pólis foi importante para a filosofia, pois ocasionou uma certa diminuição no número de conflitos, por isso, as condições tornaram-se favoráveis para que os gregos pudessem ocupar seu tempo pensando racionalmente e desenvolvendo as mais diversas teorias que fossem capazes de explicar o surgimento do mundo e os fenômenos naturais e sociais.
RELIGIÃO E POESIA:
A religião e a poesia também podem ser considerados elementos fundamentais para o sucesso da criação e da expansão da filosofia.
A maneira que a narrativa poética foi construída pelos gregos, a noção de valor supremo e, também, o conceito de limite, que posteriormente influenciou Aristóteles na construção do conceito de justa medida, foram importantes para o surgimento da filosofia, pois a forma racional, poética e coerente que os filósofos apresentavam seus pensamentos atraía o interesse de milhares de jovens.
A religião grega, por sua vez, não apresentava nenhum livro sagrado ou escrito oficial, as crenças eram passadas através das falas poéticas. Por conta disso, não houve grande resistência religiosa para a apresentação de ideias racionais.
EXPANSÃO E FORTALECIMENTO DA FILOSOFIA:
Alguns acontecimentos foram importantes para a expansão e a consolidação da filosofia e dos ideais filosóficos. Dentre eles, estão:
· Organização política: Com a organização política nas pólis, foram criados locais próprios para a discussão e a resolução de conflitos políticos. Esse modelo de organização e fala, influenciou a maneira que os pensamentos e as ideias filosóficas eram transmitidas.
· Viagens marítimas: As viagens feitas pelos gregos para outras regiões do mundo colaborou para que mais povos tivessem contato com a filosofia.
· Trocas comerciais: As feiras montadas com a intenção de trocas comerciais entre diferentes povos permitiu que os gregos pudessem mostrar a filosofia para outros comerciantes.
· Organização e publicação das obras: A organização de livros e a publicação de obras filosóficas colaborou para que as ideias dos principais pensadores gregos pudessem chegar, através de viagens e trocas comerciais, a uma série de regiões do mundo antigo.
Sobre esse último tópico, destaca-se que a organização das obras escritas foi essencial para que o pensamento, a forma de encarar a filosofia, e a busca constante pelo pensamento racional não se perdessem ao longo do tempo e, também, que influenciassem, inclusive nos tempos atuais, as nossas maneiras de produzir ciência e conhecimento.
RELAÇÃO ENTRE MITO E REALIDADE:
A filosofia é o estudo de problemas relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à liberdade. A filosofia se distingue da mitologia, da ciência e da religião por sua ênfase em argumentos racionais. Faz parte dos métodos filosóficos a argumentação lógica, a análise conceitual e as experiências de pensamento.
Já o mito, é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada cultura, com o objetivo de explicar a realidade, os fenômenos naturais, as origens do mundo e do homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. O mito pode referir-se à crenças comuns sem fundamento científico ou até em acontecimentos históricos.
O mito é uma forma de explicar um fenômeno de forma fantasiosa, onde os personagens possuem poderes e talentos especiais. A filosofia procura encontrar respostas para indagações de forma bem particular, uma verdade incontestável, ao contrário da ciência, usando o raciocínio humano.
A relação existente entre o mito e a filosofia é de oposição, contrariedade, pois procuram buscar soluções de formas diferentes,opostas.
ATENÇÃO ALUNOS:
· Nossa PET (apostila) para primeira semana vai da página 80 à 83.
· Na página 83 vocês encontraram as atividades para serem feitas.
· São cinco questões que devem ser feitas em seu caderno, incluindo a entrevista da questão 1.
JUNTOS VAMOS TRANSFORMAR NOSSA REALIDADE!!!
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